quarta-feira, 6 de novembro de 2019

TEM GOTEIRA NO SALÃO


- Cuidado, tem goteira no salão.
Qual Maçom que nunca ouviu essa frase? Mas muitos, principalmente entre os Aprendizes, questionam a origem do termo. Por que “goteira”?
A Maçonaria é movida por lendas e histórias, algumas escritas e outras apenas faladas. E a mais aceita para o significado de “goteira”, remonta às tabernas do século 18. Estas eram os locais preferidos para a reunião de grupos seletos, fechados, secretos, e claro, dos maçons.
As tabernas eram estabelecimentos comerciais, que normalmente também serviam de casa para seus donos, e que nos fundos, em salas fechadas, diversos grupos, cada um com sua ritualística, se reuniam em relativa segurança.
E para os historiadores, em geral, a denominação de Loja (Maçônica) vem dessa situação, ou seja, corresponde ao local (as salas) utilizado para “alojar” os maçons e não para o estabelecimento comercial (as tabernas).
A constatação dessa linha de pensamento estaria nos próprios termos utilizados para a denominação de Loja Maçônica nas principais línguas que influenciaram na construção da Maçonaria Simbólica, como a conhecemos nos dias de hoje.
Uma observação interessante, é de que, diferentemente dos termos utilizados nas línguas francesa (loge), italiana (loggia), espanhola (logia), inglesa (lodgeI) e alemã (loge), onde todos representam lugares para acomodação, ou seja, cômodos, casas de caseiro, cabana, ou mesmo um quarto de repouso, loja, no Brasil, tem um significado ligado ao comércio, o que nos leva a uma afirmação de que o termo mais correto para os locais de nossas sessões não seria Loja Maçônica e sim Alojamento Maçônico.  Mas isso é uma outra história.
- E os “goteiras”? Como chegaram?
As reuniões nas salas reservadas das tabernas, tinham que ter segurança, com proteção, e para tanto, os maçons daquela época utilizavam uma dupla proteção.  No interior da sala onde se reuniam, ficava o “Cobridor”, um guarda com espadas em punho, e o responsável pelo acesso ao local das reuniões. Sua denominação veio do fato de que aquele local era fechado e coberto, e claro não poderiam existir goteiras, termo que passou a ser utilizado para definir os profanos curiosos, bisbilhoteiros (cowan), que ficavam encostados nas paredes das tabernas para tentarem escutar o que se falava naquelas salas misteriosas para eles. Quando pegos, eram colocados sob uma calha, debaixo das goteiras formadas pelas águas das chuvas, ou simplesmente molhados, até ficarem totalmente encharcados.
E para garantir que os visitantes que chegavam para as reuniões não eram “goteiras”, e que mesmo se fossem maçons, estariam qualificados para o nível da reunião (de Aprendizes ou Mestres – Companheiro é um Grau que veio depois), o guarda externo, conhecido como “Trolhador” , palavra que tem origem na atividade profana de telhar, ou seja, de “colocar telhas nas coberturas e garantir que não tenham goteiras nos locais das reuniões”, fazia a verificação por meio de palavras, sinais e toques, além de um conjunto de perguntas, com respostas somente conhecidas por maçons, e que recebeu a denominação de “telhamento”.  Nos dias atuais, e na maioria dos ritos, a função de “Tolhador”, é executada pelo Irmão Experto.
 
E pela riqueza das histórias que envolvem a Maçonaria, desde a fase operativa até a simbólica dos dias de hoje, outras explicações deverão existir, tanto para os termos aqui descritos quanto para diversos outros existentes em nossa Ordem, mas devemos ter muito cuidado, pois atualmente existe um número grande de “goteiras”  que escrevem distorções e fantasias a respeito da Maçonaria em geral.

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

“NINGUÉM MONTARÁ EM CIMA DE NÓS SE NÃO NOS CURVARMOS” (Martin Luther King)


S
ão vinte anos de maçonaria e pouca coisa tem me surpreendido no dia a dia de nossa Ordem, mas um fato, que não chega a ser novidade, me assustou e custo a acreditar que possa continuar ou mesmo se estender: a censura.

Censurar a imprensa, é coibir a liberdade de expressão.  É  não pregar a igualdade de valores.  E para nós, quando o fato acontece por meio de outros irmãos, é também ir contra o espírito fraterno que deveria nortear os passos de qualquer maçom. 

Não há que se falar em democracia, se a imprensa não for e não se sentir verdadeiramente livre, sem mordaças, com a garantia de poder se expressar sem censura, ameaças, pressões ou mesmo violências.  E infelizmente quando lemos num texto de nosso Irmão Jaciré Braga, frases fortes e diretas, como “não vamos parar de circular”, “calar nesse momento significa aceitar o fim da verdade maçônica” e “não vamos calar a nossa voz”, muito me preocupa o que tanto o transtornou, ou melhor, “quem o proibiu de que?”

Não por acaso, veio à minha mente uma das expressões de liberdade mais forte que conheço: NINGUÉM MONTARÁ EM CIMA DE NÓS SE NÃO NOS CURVARMOS, dita por Martin Luther King, consagrado como um dos maiores ícones na incessante luta pela liberdade e igualdade.  Sua mensagem vai de encontro com nossa Constituição, que contempla como poucos países do mundo, a plena liberdade de imprensa no país, como é possível observar no texto de seu art. 220, ou seja, "a manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição", sendo que em seu parágrafo primeiro complementa: "nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV".  É o direito de ser informado e também o direito de querer informar, fato que estamos tentando fazer e que esperamos possa ser “liberado pra publicação”.

As palavras de Braga foram em relação a um texto do Irmão Newton de Alcântara Filho, que comentava sobre a existência de inúmeras Lojas que sobrevivem pela teimosia de alguns abnegados irmãos, que por um motivo ou outro, ajudaram a cria-las, ao lado de dezenas de irmãos que assinaram a relação de fundadores, e que depois nunca mais voltaram, principalmente os tradicionais irmãos de Altos Cargos. E censura-lo é apenas tentar tampar o sol com a peneira. 

Participar do quadro de diversas Lojas não pode ser visto como solução para a manutenção de inúmeras pequenas Lojas. De outra forma, a ausência de um patrimônio sustentável, de um quadro fixo de obreiros capaz de fazê-las funcionar sem a colaboração de terceiros, assim como a valorização de motivos fúteis para manutenção de sua existência, somente pode interessar a aqueles que erradamente vislumbram com o aumento no número de Lojas, o que nada acrescenta aos trabalhos maçônicos, a não ser uma fictícia demonstração de expansão da Maçonaria, que assim cresce em número de Lojas, mas não em número de obreiros e muito menos na qualidade desejada.

O texto do Irmão Newton, proclama a manutenção de Lojas fortes, autônomas e parceiras, sem imposições externas, desejo incontestável da maioria dos obreiros, e chama também a atenção de que não devemos viver das glórias do passado, e que temos que aprender a pedir desculpas e reconhecer nossos erros.  Então por que haveria de se proibir a divulgação de tais idéias?   Nos parece um resquício de outras épocas em que se valorizava em demasia o “status” de ser maçom. 

Na verdade, o texto tem uma mensagem de verdade, e que tal situação é uma clara mensagem de que nossa maior necessidade é o fortalecimento da Ordem, com crescimento consciente, e unidos cada vez mais. E para tanto se faz necessário a humildade em nossas atitudes, buscar integração com a sociedade e valorizar a participação de cada um, sabendo distribuir funções e cobrando resultados. 

Por outro lado, há que se temer e evitar que idéias retrógadas de censura possam tomar força material e alcançar a Ordem que prega a Liberdade, Igualdade e Fraternidade, valores desejados e batalhados pelo homem em toda a sua história. 

Diria Jean-Paul Sartre: “para conhecer os homens, torna-se indispensável vê-los agir” e somente com a divulgação de seus feitos, de forma honesta e correta, com a plena liberdade de expressão, conseguiremos conhecer as atitudes e as ações de cada um, para que dessa forma possamos até mesmo julga-los, se assim for necessário.

Aos irmãos Braga e Newton, meu apoio, meu carinho e o reconhecimento pela proposta de um trabalho em prol da Maçonaria e da liberdade de expressão, a “rainha das liberdades”, como nos disse Rui Barbosa.

(Texto de mar/2006)

terça-feira, 13 de agosto de 2019

Rito Schröder


Por Luiz Muller

O Rito Schröder é um ritual maçônico utilizado amplamente nas Lojas da Alemanha. Criado por FRIEDRICH ULRICH LUDWIG SCHRÖDER, que foi um dos reformadores da Maçonaria Alemã, e submetido aos Mestres de Hamburgo em 29 de junho de 1801, que o adotaram por unanimidade, desde logo, conquistou numerosas Lojas em toda a Alemanha e em outros países, onde passou a ser praticado, principalmente, por maçons de origem alemã e logo recebeu o cognome de seu fundador, RITO SCHRÖDER.
Por sua simplicidade e beleza, o RITO SCHRÖDER tem sido erroneamente conhecido como Rito Escocês Simplificado. Alguns autores, insistem em publicar que o RITO SCHRÖDER teria, afora os três graus simbólicos, mais quatro graus superiores, os quais, entretanto, teriam sido abandonados no decorrer dos anos, outros, atribuem ao seu criador a pecha de “Cagliostro da Alemanha” e afirmam que o seu ritual é místico, eivado de alquimia, magia e outras titulações, totalmente em oposição ao seu propósito.
Diz-se que a Maçonaria apareceu na Alemanha em 1727, com a fundação da Loja “Charles die reunion” (“Carlos a reunião”), no Oriente de Manheim pelo Conde de Schaumburg, Irmão Albrecht Wolfgang. Contudo a Loja, trabalhou a descoberto, não tendo registro de reconhecimento. O nome francês pode ter sido a causa. A Loja número um da Alemanha é a Loja “Absalon Zu Den Drei Nesseln Nº 1” (“Absalon às Três Urtigas”) de Hamburgo, fundada em 06 de dezembro de 1737 com o nome de Loge d’ Hambourg e assim denominada até 1743. Loja na qual Frederico, o Grande, foi recebido. Esse evento foi um sinal. Em seguida, novas Lojas foram fundadas em todas as cidades maiores da Alemanha dando vigor à Maçonaria Alemã.
Foi o Barão de von Hundt, que em 1764 estabeleceu firmemente a influência dos Templários dentro da tradição maçônica e divulgou nas Lojas Alemãs as práticas do Capítulo de Clermont, sob o título de “Strike Observanz” ou “Rituais Latinos da Estrita Observância”, também conhecido como “Observância Rigorosa”. Esta prática ressuscitara a Antiga Cavalaria que com seus coloridos e sugestivos graus, trouxe com elas todas as adulterações que, de forma crescente, tiveram ingresso aos ensinamentos puros do Antigo Ritual Inglês, desviando a Maçonaria e os maçons do seu simbolismo de origem. Esta época foi denominada como o “grande desvio”.
Estes distúrbios levaram , em 1775, a realização de uma Convenção em Wiesbaden e outra, em 1782, em Wilhelmsbad, próximo à Hanau, quando foi fixado como objetivo da Maçonaria alemã, o aperfeiçoamento moral em base da religião cristã; porém simultaneamente também a ainda não completamente apagada preferência pela coletividade de cavaleiros (isto é, nobreza), fundava um novo grau – “Cavaleiros da Beneficência”. Neste sistema de Wilhelmsbad ou sistema “Escocês Retificado” mesmo os sóbrios e democráticos Irmãos de Hamburgo não se abstiveram de desfilar como “Muito Excelente Cavaleiro Templário”.
Foi este estado de declínio do Rito da Estrita Observância que inspirou ao Irmão Friedrich Ulrich Ludwig SCHRÖDER em dar um novo Ritual à Maçonaria Alemã que, segundo suas intenções e concepções representasse uma Maçonaria Humanista.
Em 1789, diante da febre de reformas que se apodera da Maçonaria Alemã, quando as Lojas de Hamburgo alteraram as cerimônias, símbolos e insígnias, o Irmão SCHRÖDER sentiu que este caminho seria a ruína da Instituição e apôs-se tenazmente aos reformistas, com seus propósitos.
Convencido da necessidade urgente de reformular a Maçonaria Alemã, através do restabelecimento da prática da verdadeira e antiga Maçonaria, SCHRÖDER começou em Hamburgo, em 1790, a elaborar um novo ritual para a Grande Loja Provincial da Baixa-Saxônia, subordinada à Grande Loja de Londres, isto é a Grande Loja dos Modernos como assim diziam os que se intitulavam “Antigos”, que não possuía um Ritual escrito em inglês com um texto autêntico.
A reação de SCHRÖDER fez com que os maçons de Hamburgo verificassem que havia necessidade de expurgar todas as excentricidades e vícios que estavam desnaturalizando a Maçonaria. e, criando uma “Comissão de Estudos”, confiaram-lhe a presidência da mesma. Isso levou-o a abolir todos os enxertos que já tomava de assalto a Maçonaria Alemã.
Perseverante, estudioso e incansável, SCHRÖDER baseou todo o seu trabalho sobre o texto de “Three Distinct Knocks…”,.
Ele sentia profundamente que princípios éticos e morais eram a essência da Maçonaria e ele os formulava com grande cuidado e em colaboração com os mais educados maçons do seu tempo. Isto dá ao seu Ritual um caráter particular próprio, expressando tendências espirituais da Alemanha por volta do século XVIII. A tendência para a Maçonaria Cavalheiresca ou Templária com um forte conteúdo Cristão – e mesmo Católico Romano, tinha desaparecido, bem como todos os elementos de esoterismo e ocultismo que dominavam a Maçonaria da sua época, restaurando o Antigo Ritual Inglês, adaptando-o porém para a cultura e para o idioma germânico Fortaleceu-se a tendência de que moral elevada e princípios éticos deveriam ser as essências características da Arte Real.
Em 29 de junho de 1801, na magnífica sessão em que os Veneráveis Mestres das Lojas de Hamburgo aprovaram por unanimidade o novo Ritual, estava na verdade reunida a Grande Loja Provincial de Hamburgo e da Baixa-Saxônia, no que hoje chamaríamos de Assembléia Geral. Este fato por si só atesta a regularidade e a importância que o novo Ritual teve já no seu nascimento oficial. Seu idealizador, o Irmão Friedrich Ulrich Ludwig SCHRÖDER, ocupava o cargo de Deputado do Grão-Mestre, que era o maçom ilustre e celebrado Dr. Beckmann, e as Lojas de Hamburgo o adotaram por unanimidade. Depois de mais uma revisão de certas passagens, que não tinham concordâncias com a cerimônia, foi impressa uma edição limitada para todas as Lojas de Hamburgo. Desta edição existe somente uma cópia pertencente a uma Loja na cidade de Celle, cujo exemplar felizmente tem sido possível estudar. Por sua simplicidade e beleza, desde logo conquistou numerosas Lojas em toda a Alemanha e em outros países, onde passou a ser praticado, principalmente, por maçons de origens alemãs e logo recebeu o cognome de seu criador – RITO SCHRÖDER.
O RITO SCHRÖDER realmente ocupa uma posição de destaque entre os Ritos Maçônicos pela concordância com o Rito da Grande Loja Mãe da Inglaterra, pela eliminação de todos os adiantamentos inseridos no final do século XVIII, pelo espírito puro de humanismo, presente em seu cerimonial, e pelo brilho da linguagem clássica do alemão.
É um rito muito simples e trabalha, como o de York, apenas na chamada pura Maçonaria ou seja, na dos três graus simbólicos, já que não possui Altos Graus.

Graus Simbólicos
1 – Aprendiz
2 – Companheiro
3 – Mestre

O rito Schröder não possui graus filosóficos.


Publicado no excelente blog      https://www.templomaconico.blogspot.com

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Rito Palavra de Maçom


Wikipedia

De acordo com vários maçonólogos, o Rito da Palavra de Maçom (Mason’s Word), criado por volta de 1637 na Escócia seria o rito mais antigo  da Maçonaria  chamada “especulativa”[1]. O rito foi fundado por maçons escoceses calvinistas e presbiterianos de Kilwinning para substituir o ritual Inglês e Anglicano dito das Antigas Obrigações operativas da Idade Média e do Renascimento[2]. A partir de 1696, os maçons desejaram criar uma arte da memória conforme os princípios do Calvinismo, isto é, não baseado em imagens visuais, mas exclusivamente em imagens verbais como as metáforas e alegorias. Posteriormente, depois de ter passado por várias influências, anglicanismocatolicismo, a Grande Loja de Londres o transforma em 1717, em rito filosófico universal que se tornou a matriz do ritual de três graus praticado pela Maçonaria contemporânea.

Contexto do aparecimento

John Knox.

A expressão Palavra de Maçom que está na origem do rito é sem dúvida modelada na expressão Palavra de Deus ou “Palavra do Senhor”. É por essa expressão que os calvinistas da Escócia designavam a Bíblia, referência entre todos, o Sola scriptura[2] de Lutero. Ao usar esta expressão da “Palavra de Deus”, os calvinistas pretendiam retornar a um cristianismo autêntico, antes das práticas da Igreja dos Católicos romanos, estes últimos sendo considerados por eles como “idólatras” e “góticos”, aludindo à construção de catedrais na França e no resto do Continente europeu.
Para compreender a história do Rito Palavra de Maçom, devemos primeiro lembrar o contexto, ou seja, em primeiro lugar, que a chegada do reformador calvinista John Knox (15141572) na Escócia (1555 e depois em 1559 para ali fundar a Reforma) estava na origem de profundas convulsões no plano da organização das irmandades até então católicas. Como resultado de suas novas conversões, aquelas de maçons que se tornaram presbiterianos por sua vez, desejavam reformar a prática das antigas regras e retornar a uma leitura escriturística das Obrigações (Charges). A reorganização das Obrigações levou a muitas mudanças nas lojas operativas que se tornaram mais abertas à livre interpretação das Escrituras de acordo com o princípio da liberdade de julgamento dos reformadores. Além disso, a abolição do culto aos santos, a rejeição da estética católica e a controvérsia da época sobre a arte da memória levou os maçons das lojas presbiterianas a desenvolver um método de simbolização baseado mais em diálogos e metáforas literárias do que nos símbolos gráficos das Antigas Obrigações [3].

Fontes e evoluções do Rito Palavra de Maçom

A Loja Kilwinning no 0.
Os testemunhos incluindo a expressão “Mason Word” são numerosos e foram em seu tempo examinados pelo maçonólogo David Stevenson. Isto representa um total de cerca de vinte textos escoceses escritos no século xvii e uma dúzia de textos britânicos do século xviii.
O Rito Palavra de Maçom teria sido elaborado dentro da loja calvinista[n 3] Kilwinning n° 0 entre 1628 e 1637. Os documentos mais antigos sobre ele mencionam um ritual que consistia em receber em loja um novo membro, dando-lhe um aperto de mão (origem da “garra”) enquanto os nomes das duas colunas do Templo de Salomão eram comunicados, com referência à passagem bíblica da Epístola de Paulo aos Gálatas (Gl 2,9), lembrando a troca das apertos da mão direita (mão da verdade) entre Tiago, Pedro e João, de um lado, e Paulo de Tarso, de outro.
Documentos posteriores pertencentes aos textos fundadores da Maçonaria em particular, o “Manuscrito dos Arquivos de Edimburgo” (“Edinburgh register house” que data de 1696 e que era o ritual da loja Canongate Kilwinning, ” [4] , mostram evoluções significativas desde aquela época. Eles mencionam em particular  um “catecismo” por perguntas e respostas, a prática dos cinco pontos do companheirismo[5], bem como a transmissão de uma palavra adicional em “M.B.” ao segundo grau [6].

Bibliografia

Notas

[1] No sentido da palavra inglesa da época.  Diríamos hoje “filosófico”.
[2] Cerimônia de admissão a uma corporação de maçons antes do século xvii.
[3] Os historiadores podem determinar se uma loja era calvinista, católica ou anglicana examinando alguns detalhes em seus rituais ou outros documentos de arquivo, tais como a presença ou ausência do qualificativo. holy (santo) ao lado do nome de uma capela, ou mesmo em alguns manuscritos referências mais explícitas, por exemplo ” Santa Igreja Católica no manuscrito Dumfries no 4 de 1710 (ver, por exemplo, Négrier 2005 pp. 106 e 109).
[4] Trata-se da loja de Canongate, pequena aldeia a leste deEdimburgo. Esta loja, cujos arquivos datam de 1630foi anexada à Loja Presbiteriana de Kilwinning em 1677.  (Stevenson 2000, p. 64)
[5] Que alguns autores associam aos cinco pontos calvinistas da TULIP (Negrier 2005, passim).
[6] Os rituais maçônicos do século xvii só conhecem dois graus: aprendiz e companheiro-mestre.

Copiado do Blog REVISTA BIBLIOTECA
https://bibliot3ca.com/2018/12/28/rito-palavra-de-macom/