sexta-feira, 27 de maio de 2016

O Whisky: um Rito Escocês Antigo… e muito bem aceito



A
 quando remonta a invenção do uisge beatha, a aqua vita em gaélico escocês? Alguns afirmam que foram monges vindos do Egito, que teriam trazido os primeiros alambiques de perfume e que teriam desenvolvido o uso que se conhece na Irlanda, e na Escócia a partir do século XII.

Daí uma controvérsia que não acaba nunca entre os partidários de uma origem escocesa ou irlandesa para esta bebida forte em o mundo inteiro conhece sob o nome de uísque. Como todas as aguardentes, esta tem origem na destilação de um açúcar fermentado. No presente caso, é do amido contido nos grãos trigo, cevada, centeio. Ou milho para bourbon. Para aqueles de procedência tradicional escocesa, a base é a cevada maltada, isto é, germinadas e assada em fogo de turfa. É aqui que o apelido de aguardente faz sentido. Porque dependendo se o malte foi mais ou menos exposto à fumaça, ele terá o sabor turfoso, que pode variar de mais suave a mais picante de acordo com a experiência própria de cada destilador. Em seguida, o malte é moído, misturado com a água de alta qualidade, depois deixado fermentar até que se obtém um tipo de cerveja que será destilada continuamente em grandes alambiques de cobre.

Na Escócia existem quatro regiões produtoras: as terras altas que produzem uísques robustos de renome, o vale do rio Spey (Speyside), onde as aguardentes são mais refinadas, os Lowlands de qualidade intermediária e as ilhas do oeste, principalmente Islay, que tem nada menos que oito destilarias produtoras de espíritos aos quais o clima oceânico traz uma qualidade de envelhecimento em barris incomparável.

Os uísques se dividem também entre maltes puros de uma única destilaria e misturas ou blends, resultantes de uma combinação de diferentes maltes. Mas existe também os barris únicos, peças raras de um único barril de uma mesma destilaria. Em resumo, as nuances de whisky são tão ricas, complexas e paradoxais quanto as do rito escocês que mesmo nas suas diferentes formações nada tem a ver com a Escócia … embora muitos maçons escoceses que comparecem às sessões vestidos em seus kilts, assim como fazem na França alguns adeptos do Padrão da Escócia.

Esta paixão pelo rito escocês em sua forma espiritual, tanto quanto o espírito se concretizou em 2014 com a Confraria dos Cavaleiros do Malte e da Música, membro da Federação do Círculo Europeu das Fraternais e correspondendo aos mesmos critérios de adesão. Em um espírito amigável e fraterno, ali se pratica, como o próprio nome sugere, o amor ao malte, puro, bem como aos blends e à música. Degustações seguidas de banquetes são realizadas regularmente, bem como concertos na França e no estrangeiro. Trata-se de cultivar o palato, tanto quanto o ouvido. A associação também distribui seu próprio blend da marca Sword (espada dos cavaleiros), um Speyside categoria premium, de uma bela cor âmbar, envelhecido em antigos barris de xerez e considerado como tendo uma personalidade “feminina”. Assim a maçonaria mista, por vezes, assume caminhos tão calorosos quanto inesperado.




Tradução José Filardo