quinta-feira, 27 de março de 2014

O (novo) Mestre Maçom

S
abemos que nossa confraria possui uma estrutura hierárquica vertical, rígida, modelo dos velhos sistemas tradicionais, característico da formação militar e também dos reinados, que foram básicos na formação da Maçonaria.  Atualmente, no mundo profano, as estruturas estão cada vez mais horizontais, onde projetos são implementados e problemas solucionados por equipes multifuncionais, onde cada membro contribui com sua especialidade, tal como, por exemplo, nos times de futebol.

Com base nessa comparação, procuramos traçar um perfil para a figura do Mestre Maçom, de um novo Mestre Maçom, que acima de tudo deve ser  visto também como um líder que se compromete principalmente a apoiar sua Loja e os projetos por ela definido.

O verdadeiro Mestre não se compromete apenas com os resultados, mas com os irmãos em geral.  Como Mestre que é, deve ser capaz de transformar as intenções em ações, que por sua vez, traduzam em resultados. Seu comportamento é fundamental para que Companheiros e Aprendizes acompanhem as mudanças e transformações.  É um compromisso com a própria evolução da Loja  e da Maçonaria em geral.

O (novo) Mestre não deve ser valorizado apenas pelo seu potencial individual, mas acima de tudo pela capacidade de fazer com que os irmãos de sua Loja desenvolvam o talento oculto em cada um. Diríamos que esse novo Mestre está em formação na nossa Ordem. Ele não é necessariamente o Venerável Mestre de sua Loja, mas alguém que saiba como orientar pessoas.

É verdade que na principal vertente de nossa Ordem impera o "manda quem pode e obedece quem  tem juízo",  e é normal que o próprio Venerável Mestre alcance esta posição por contingências políticas ou por conhecer bem o ambiente que o cerca, não lhe sendo necessário o papel de desenvolver pessoas, pelo contrário, o cargo é um prêmio, e muitas das vezes, um reconhecimento à sua capacidade de ser autoritário. Mas entendemos que faz-se necessário a busca de um novo cenário. É preciso lutar para mudar esse  estilo de atuação. É preciso reverter  essa "fórmula de sucesso", o que infelizmente sabemos não ser tão fácil.

Ao traçarmos esse pequeno perfil para o novo Mestre Maçom, na verdade estamos apenas buscando ferramentas para lapidar nossos futuros líderes e conseqüentemente, a  evolução de da  Loja e da própria Ordem. Sendo assim, relacionamos algumas características, buscadas do mundo profano , que o novo Mestre deveria , ou melhor, deve observar:

•    Conhecer cada Irmão de sua Loja. O verdadeiro Mestre, além da visão clara da
Ordem, deve conhecer profundamente cada Irmão de sua Loja, que deve ser vista como uma verdadeira equipe, isto é, como cada um poderá responder às exigências que se fizerem necessárias;

•    Acompanhar e orientar. Se o Mestre não der suporte e não acompanhar seus irmãos
(principalmente Companheiros e Aprendizes) nos projetos de sua Loja, não será possível
cobrar ou analisar o desempenho de cada um individualmente. Um Mestre que não apóia, não orienta, não tem como cobrar credibilidade;

•    Profundo respeito e vocação para lidar com os Irmãos (e com pessoas). Ser um
verdadeiro Mestre é para poucos. Precisa saber valorizar os Irmãos (e as pessoas), gostar de  acompanhar, respeitar, dar suporte, saber ouvir, ser humilde e estimular o desenvolvimento,  sem se colocar como se fosse apenas um chefe.

•    Saber pedir ajuda. Muitos Mestres têm medo de serem rotulados como incapazes, pois  aprenderam que pedir ajuda é falta de habilidade, de competência. Historicamente, sempre valorizou-se quem sabe se virar sozinho, hoje, devemos valorizar os que sabem dividir problemas e buscar soluções conjuntas.

•    Ser ético. Ser ético nada mais é do que agir direito, proceder bem, sem prejudicar os outros. É ser altruísta. É estar tranqüilo com a consciência pessoal e agir de acordo com os valores  morais de uma determinada sociedade.


Nós temos a obrigação de buscar um mundo melhor.