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abemos que nossa confraria possui uma estrutura hierárquica vertical,
rígida, modelo dos velhos sistemas tradicionais, característico da formação
militar e também dos reinados, que foram básicos na formação da Maçonaria. Atualmente, no mundo profano, as estruturas
estão cada vez mais horizontais, onde projetos são implementados e problemas
solucionados por equipes multifuncionais, onde cada membro contribui com sua
especialidade, tal como, por exemplo, nos times de futebol.
Com base nessa comparação, procuramos traçar um perfil para a figura do
Mestre Maçom, de um novo Mestre Maçom, que acima de tudo deve ser visto também como um líder que se compromete principalmente
a apoiar sua Loja e os projetos por ela definido.
O verdadeiro Mestre não se compromete apenas com os resultados, mas com
os irmãos em geral. Como Mestre que é,
deve ser capaz de transformar as intenções em ações, que por sua vez, traduzam em
resultados. Seu comportamento é fundamental para que Companheiros e Aprendizes
acompanhem as mudanças e transformações.
É um compromisso com a própria evolução da Loja e da Maçonaria em geral.
O (novo) Mestre não deve ser valorizado apenas pelo seu potencial
individual, mas acima de tudo pela capacidade de fazer com que os irmãos de sua
Loja desenvolvam o talento oculto em cada um. Diríamos que esse novo Mestre
está em formação na nossa Ordem. Ele não é necessariamente o Venerável Mestre
de sua Loja, mas alguém que saiba como orientar pessoas.
É verdade que na principal vertente de nossa Ordem impera o "manda
quem pode e obedece quem tem juízo",
e é normal que o próprio Venerável
Mestre alcance esta posição por contingências políticas ou por conhecer bem o
ambiente que o cerca, não lhe sendo necessário o papel de desenvolver pessoas,
pelo contrário, o cargo é um prêmio, e muitas das vezes, um reconhecimento à
sua capacidade de ser autoritário. Mas entendemos que faz-se necessário a busca
de um novo cenário. É preciso lutar para mudar esse estilo de atuação. É preciso reverter essa "fórmula de sucesso", o que infelizmente
sabemos não ser tão fácil.
Ao traçarmos esse pequeno perfil para o novo Mestre Maçom, na verdade
estamos apenas buscando ferramentas para lapidar nossos futuros líderes e
conseqüentemente, a evolução de da Loja e da própria Ordem. Sendo assim, relacionamos
algumas características, buscadas do mundo profano , que o novo Mestre deveria ,
ou melhor, deve observar:
•
Conhecer
cada Irmão de sua Loja. O verdadeiro Mestre, além da visão clara da
Ordem,
deve conhecer profundamente cada Irmão de sua Loja, que deve ser vista como uma
verdadeira equipe, isto é, como cada um poderá responder às exigências que se
fizerem necessárias;
•
Acompanhar
e orientar. Se o Mestre não der suporte e não acompanhar seus irmãos
(principalmente
Companheiros e Aprendizes) nos projetos de sua Loja, não será possível
cobrar
ou analisar o desempenho de cada um individualmente. Um Mestre que não apóia,
não orienta, não tem como cobrar credibilidade;
•
Profundo
respeito e vocação para lidar com os Irmãos (e com pessoas). Ser um
verdadeiro
Mestre é para poucos. Precisa saber valorizar os Irmãos (e as pessoas), gostar
de acompanhar, respeitar, dar suporte,
saber ouvir, ser humilde e estimular o desenvolvimento, sem se colocar como se fosse apenas um chefe.
•
Saber
pedir ajuda. Muitos Mestres têm medo de serem rotulados como incapazes,
pois aprenderam que pedir ajuda é falta
de habilidade, de competência. Historicamente, sempre valorizou-se quem sabe se
virar sozinho, hoje, devemos valorizar os que sabem dividir problemas e buscar
soluções conjuntas.
•
Ser
ético. Ser ético nada mais é do que agir direito, proceder bem, sem
prejudicar os outros. É ser altruísta. É estar tranqüilo com a consciência
pessoal e agir de acordo com os valores morais
de uma determinada sociedade.
Nós temos a obrigação de buscar um mundo melhor.