quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Não nos amedronta a morte

“Não nos amedronta a morte! E mesmo diante da tumba, sempre haverá um Irmão a oferecer consolo. E se todos, friamente, nos abandonarem, por compaixão, um Irmão cerrará nossos olhos, E quando o espectro da morte se aproximar, o ouvido há de perceber, com sua suavidade, a intimidade familiar do “Tu”, E o amor fraternal jogará sobre nosso esquife os primeiros punhados de terra e nos almejará uma Boa Viagem e uma Aurora de Luz. Não nos amedronta a morte!”

De acordo com a ritualística de nossa Ordem, ao Mestre é pressuposto que tenha alcançado a maior perfeição no exercício de todas as virtudes. Que seu coração seja recheado de pureza e que suas palavras transmitam sempre a verdade. Que a prudência domine suas ações e que tenha coragem diante dos males inevitáveis. E que acima de tudo prevaleça a prática do bem, sem desvio do Dever, da Vontade e da Justiça.

Em seu último trajeto, para alcançar este mais elevado grau, a imagem da morte é lembrada e repassada em toda a caminhada por uma frase implacável e inflexível: “Lembrai-vos da Morte”. Esse caminho coloca o Mestre Maçom frente a frente com o conceito limitador de toda a aspiração humana, o “conceito da morte”, que pode surpreender e cortar as aspirações terrenas a qualquer momento.

Lembra ainda o Ritual, que o Mestre Maçom nunca deve deixar de buscar o conhecimento de a si próprio e que deve estar sempre preparado para enfrentar a própria morte. E nós, eu e meu irmão de sangue, t

ambém como Mestres Maçons, não podemos deixar de pensar de como tudo isso se encaixa na trajetória de nosso pai, nosso Mestre Byrão. Ele, com passos firmes e de forma serena, cumpriu todas as suas etapas, tanto na vida profana quanto na vida maçônica.

Como homem, de uma vida simples do interior, venceu no estudo, na profissão, e gerou uma família, que até seus últimos momentos a mantinha sob sua guarda, carinho e proteção. Chegou ao ápice de sua carreira profissional com glórias e reconhecimentos. E na Ordem, que tanto adorava, em cada oportunidade, com o dom de suas palavras, deixava claro que tinha cumprido com rigor toda sua trajetória em busca da perfeição de suas virtudes.

Fazia valer as atitudes do homem em todas as suas atividades. A verdade, mesmo que em momentos difíceis, sabia contornar para que não viessem tão ama
rgas. Tinha o dom de saber dizê-las na forma e no conteúdo apropriado. E quando pai, avô e bisavô, seu coração não resistia em transbordar de uma pureza indescritível.

Como um perfeito Mestre, abusava da prudência em suas ações e não se furtava diante do inevitável. Com toda a certeza, prudência e coragem, foram as mais importantes virtudes ao longo de sua trajetória. Imprescindíveis numa vida, que desde a tenra idade,  foi recheada de desafios, de altos e baixos, mas sem nunca ter se furtado de tomar a frente e o comando, e que ao longo de seus 86 anos, sagrou-se como vencedor na maior parte de suas batalhas.

“A maçonaria é perfeita, os homens não”, era uma frase por ele sempre utilizada, principalmente quando nos desvios ocorridos entre os Irmãos. Em suas palavras ficava claro que a Ordem foi criada voltada para a prática do bem, e que o Irmão não poderia, de maneira alguma, desviar de seus deveres, definidos pela justiça criada pela vontade dos homens e sob os olhares severos do GADU, mas como homem, um ser imperfeito, embora sempre a caminho da perfeição.

Suas últimas palavras foram de que “estava morrendo”, e não tínhamos o que dizer. Ele não questionou, não duvidou, foi firme, e como Mestre parecia pedir para que não nos amedrontássemos. O Mestre seguia o Ritual. Seus olhos, que depois adormeceriam ao longo dos 80 dias internados, pareciam dizer que sempre haveria um irmão a oferecer consolo. E isso veio comprovado, de imediato, de várias formas, de vários meios, e que realmente trouxeram o conforto previsto e esperad
o.

Não houve o temido abandono, e seus olhos, que não foram encerrados por um irmão, sabemos que foram de foram, de forma delicada, encerrados por aqueles que mais estavam ao seu lado, e que nos ajudaram em sua última e derradeira batalha.

A chegada do espectro da morte, prevista, e não temida pelos verdadeiros Mestres, chegou com a intimidade familiar de um “Tu”. Seu sussurro não o amedrontou, lhe trouxe a paz esperada de um dever cumprido.

E nós, que seguimos na trilha do Mestre, seguiremos o Ritual, sobre seu esquife irá nosso amor fraternal, nossos votos de uma Boa Viagem e de uma Aurora de Luz infinita pois "Não nos amedronta a morte!”.

“...
Ou coisa parecida, ou coisa parecida,
Ou coisa parecida, aparecida. Ei, moço!
E eu inda sou bem moço pra tanta tristeza.
Deixemos de coisas, cuidemos da vida,
Senão chega a morte ou coisa parecida,
E nos arrasta moço sem ter visto a vida
Ou coisa parecida, ou coisa parecida,
Ou coisa parecida, aparecida.
...”

Como ele gostaria, um brinde para nosso pai, UBYRAJARA DE SOUZA (12/01/1930-24/02/2016), um verdadeiro Mestre Maçom, tim..tim...



quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

ATA DE FUNDAÇÃO DA LOJA SIMBÓLICA "SOLIDARIEDADE UNIVERSAL" (GLMERJ)

No primeiro dia do mês de setembro do ano de mil no vecentos e oitenta e sete, às dezenove horas, reuniram-se, na Ave_ nida Rio Branco n9 156, salas 2005 a 2008, na cidade do Rio de Já neiro, Q15 ( quinze ) Mestres Maçons reunidos em Assembleia e desejosos de constituírem, com sede na cidade de Niterói, Estado do Rio de Janeiro, uma Loja Simbólica justa, perfeita e regular, em honra ao Grande Arquiteto do Universo e de acordo com os Landmarks, Leis e Usos da Maçonaria Universal. Por aclamação dos presentes, assumiu a direção dos trabalhos o Ir/. D'ARTAGNAN DIAS FILHO, M/. I/., que convidou a mim, ÍCARO ROBERTO PONTUAL,M/. M/. , para secretariar a sessão. Aberta a sessão pelo Sr Presidente, e confirmado, pelo livro de presenças, o comoarecimento de 015 ( quinze ) Mes_ três Maçons, solicitou o Sr. Presidente que a Assembleia reiterasse seu desejo de fundar uma Loja Simbólica Maçónica, com sede em Nite_ rói, neste Estado, o que foi feito pela manifestação unânime dos -presentes. A seguir, a Assembleia deliberou, também por unanimida_ de, que a nova Loja seria denominada LOJA SIMBÓLICA "SOLIDARIEDADE UNIVERSAL", com o número de ordem que vier a ser atribuído pela Se_ reníssima Grande Loja do Estado do Rio de Janeiro, Potência Maçoni, ca Simbólica ã qual ficou decidido virá a nova Loja a integrar-se, passando a funcionar tão logo receba sua Carta Constitutiva da ré ferida Potência. Prosseguindo, a Assembleia elegeu, por aclamação, a primeira Administração da Loja, assim constituída: Venerável Mes_ tre (Presidente) - Ir/. D ' ARTAGNAN DIAS FILHO; 19 Vigilante (19 V.L ce-Presidente) - Ir/. FERNANDO RADLER DE AQUINO; 29 Vigilante(29 Vi ce-Presidente) - Ir/. ORLANDO DE SOUZA CARVALHO; Orador - Ir/. CID DE OLIVEIRA SCHUBACH ; Secretarie - Ir/. ÍCARO ROBERTO PONTUAL;Tesoureiro - Ir.". ARMANDO SILVA BIANCHI, os quais foram empossado^ no ato, para os devidos efeitos civis, dependendo a posse maçõni_ co-litúrgica da satisfação dos requisitos estabelecidos pela Grari de Loja do Estado do Rio de Janeiro. Decidiu a Assembleia, por una nimidade, que os Oficiais não integrantes da Administração da Loja e as Comissões Permanentes seriam posteriormente escolhidos; também por unanimidade, ficou dete.rminado que a Administração ora eleita e empossada terá seu mandato encerrado em 31/05/88, devendo, no mês de maio de 1988, ser eleita uma nova Administração, para um manda to de 1(um) ano, a iniciar-se em 01/06/88. A Assembleia,a seguir, aprovou o Estatuto da LOJA SIMBÓLICA "SOLIDARIEDADE UNIVERSAL",nos termos da proposta apresentada pelos integrantes da Comissão Orga nizadora, e que compõem a Administração eleita. A Assembleia a provou em seguida, e por unanimidade, a adoção do RITO DESCHROEDER para os trabalhos da LOJA SIMBÓLICA "SOLIDARIEDADE UNIVERSAL", e a localização de sua sede na rua Coronel Miranda n9 37, Ponta d'Areia, Niterói, nas dependências da Loja "Liberdade, Igualdade e Fraterni_ dade" n9 5, bem como o seu funcionamento nos dias de sexta-feira. Finalmente, o Sr. Presidente solicitou que ficasse consignado em a. ta o reconhecimento dos Fundadores da LOJA SIMBÓLICA " SOLIDARIEDADE UNIVERSAL" a três ilustres e valorosos Irmãos, que muito dignificam a Maçonaria Fluminense, pelo decisivo apoio prestado ao empreendi^ mento que ora se concretiza: o Ir.". JOSÉ VASCONCELOS MAGALHÃES, Sereníssimo Grão-Mestre da GLERJ, que foi o responsável pelo impul só gerador da constituição dá primeira loja a funcionar no Rito de Schroeder no território fluminense; o Ir.". CLÁUDIO MOREIRA DE SOU SÁ, Past Grão-Mestre, pela inestimável contribuição que proporcio nou para o êxito da empreitada; e o Ir.'. GABRIEL RAMALHO SILVEIRA, Venerável Mestre da Aug.". e Resp.'. Loja Simbólica "Theodor Hsrzl" 34 n9 77, loja mater da maioria dos Fundadores, pela colaboração pessoal e daquela Oficina, de fundamental importância para que o projeto de constituição da LOJA SIMBÓLICA "SOLIDARIEDADE UNIVER SAL" se tornasse realidade. A Assembleia, unanimemente,aprovou os registros propostos, como formulados. Nada mais havendo a tratar,o Sr. Presidente deu por encerrada a sessão, de que, para constar, eu,ÍCARO ROBERTO PONTUAL, Secretário, lavrei esta ata, que assino com o Presidente e demais Mestres Maçons presentes. Rio de Janei_ ro, 01 de setembro de 1987.