sexta-feira, 2 de outubro de 2009

A Régua de 24 Polegadas

Um dia queixava-me de que estava sem tempo para determinadas tarefas. Que não seria capaz de realizar outras, mesmo sabendo serem necessárias e capazes de melhorar minha vida, pessoal e profissional, então ouvi de um poderoso Irmão, na época Sereníssimo de nossa Potência, que antes de qualquer negação, pensasse na “Régua de 24 polegadas”, pois o “homem deve saber valorizar seu tempo e norteá-lo de tal forma que consiga superar suas fraquezas e limitações, e conseguirá então alcançar seus objetivos”.

Tais palavras nos levaram então a buscar um espaço de tempo para nos dedicarmos a esta obra e a outros projetos que hoje desenvolvo. Um exercício à mensagem de nosso Irmão Luiz Zveiter, a quem dedico este texto com muita alegria e reconhecimento.

A primeira observação que fazemos é quanto as características básicas da régua, um instrumento simples, milenar, que nos ensina de uma forma mais simples ainda, o caminho direto entre dois pontos, dois destinos. Filosoficamente, poderíamos dizer tratar-se de um caminho entre a norma e a ordem, entre o que se quer fazer e o que se deve fazer, entre o passional e o racional, entre a direção da ponta do malho ao topo do cinzel. Indica a própria construção do homem, a lapidação de sua forma mais bruta em busca da perfeição.

Com a régua medimos um segmento do infinito. Uma parte de nossa vida. A retidão que buscamos. Do ponto em que encontramos nossa Pedra Bruta até o momento em que a tornamos Cúbica, para nós, e para a sociedade em geral.

A graduação nela colocada, de vinte e quatro polegadas, serve para mensurar o tempo, as vinte e quatro horas do dia em que o homem deve distribuir entre seus exercícios matinais, nem sempre realizados, sua primeira alimentação, às vezes esquecida, seu trabalho, as demais refeições, a necessária recreação, muitas das vezes não considerada, suas reflexões, em geral pouco ou mal aproveitadas, e o merecido repouso, como nos prega a mensagem da criação.

O exercício na separação de cada tempo, dando o ritmo necessário para cada etapa, faz com que o homem evolua, cresça, se realize e desenvolva habilidades que de outra forma poderia pensar ser impossível realizá-las. Uma vitória pessoal, inigualável. É a pura demonstração da vontade, de responsabilidade e do reconhecimento de si próprio. Um caminho que se propõe reto, é íntegro e honesto.

Cada nova ação proposta deverá ser bem estudada, analisada e para ser edificada, basta incluí-la nos intervalos de cada ponto de nossa régua, utilizando para isso os princípios éticos que envolvem a liberdade, a igualdade e a fraternidade.

Somente o aperfeiçoamento resultante nos elevará, nos aproximará de um ideal, porém nada conseguiremos se nos deixarmos envolver pela fraqueza, pela dispersão, por vaidades e pela preguiça que se instala nas mentes mais fracas e oprimidas. Para tanto, utilizemos nossa régua com simplicidade, habilidade e, acima de tudo, com paciência e sabedoria.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

RESPOSTA DO GRÃO MESTRE DO GRANDE ORIENTE DO BRASIL NO ESTADO DE SÃO PAULO AO CONVITE DE HOMENAGEM À MAÇONARIA PELO SENADO

Esta resposta merece o aplauso de todo brasileiro consciente
É um exemplo a ser seguido!!!!!!!!!!!


Prancha encaminhada pelo Sereníssimo Grão Mestre do Grande Oriente Paulista ao
Senador Mozarildo Cavalcanti quando do convite para participação em Sessão de
Homenagem à Maçonaria Brasileira no Senado Federal.
São Paulo, 17 de agosto de 2009.
Ofício GM – 041/2009
Ao Exmo Senador Mozarildo Cavalcanti
Senado Federal – Anexo II – Ala Senador Ruy Carneiro – Gabinete 3.
CEP: 70.165-900
Brasília - DF
Assunto: Sessão Homenagem à Maçonaria Brasileira
“Prezado Irmão Senador Mozarildo Cavalcanti”:
Agradecemos o honroso convite para participação na Sessão do
próximo dia 20, “em homenagem à Maçonaria Brasileira”. –
Decidimos NÃO comparecer, não obstante o convite tenha partido de
um querido e valoroso irmão, que merece, de nossa parte todo respeito e admiração,
registrando que nos últimos 6 anos, sempre, estivemos presente, sempre.
Parece-nos que a “melhor” homenagem que o Senado poderia, neste
momento, prestar à “Maçonaria”, seria
POR UM FIM URGENTE
a todos os “Escândalos” que chegam ao conhecimento do sofrido povo brasileiro. –
Não acreditamos nos “denunciantes” e muito menos nos
“denuciados”.
O “denunciante” de hoje, é o “denunciado” de amanhã!!!
O povo brasileiro sofre.
O eleitor brasileiro tem que ser conscientizado de que ele “é o
culpado” de ter “dado” mandato a quem não honrou o seu voto.
A única “arma” de que dispomos, é o nosso voto, e, como MAÇOM,
passo a defender que o povo eleitor, tem que exercer o direito do voto, de forma
absolutamente consciente, - lembrando, sempre, daqueles que frustaram os seus
sonhos legítimos e lhes impingiram AGRURAS E SOBRIMENTOS,
FOME,
MISÉRIA,
FALTA DE CULTURA,
FALTA DE EDUCAÇÃO,
FALTA DE SEGURANÇA,
FALTA DE SAÚDE, e
FALTA DE VERGONHA!
principalmente, para NUNCA MAIS votar nessa pessoa. –
Agradeço, respeitosamente o Convite,
MAS,
NÃO PARTICIPAREI: NÃO COMPARECEREI.
T􌊸F􌊸A􌊸
Atenciosamente,

________________________________
José Maria Dias Neto
Grão Mestre do Grande Oriente Paulista

sábado, 1 de agosto de 2009

O Silencio das Reuniões

É incrível como nossas reuniões estão cada vez mais silenciosas. As fileiras estão caladas, são poucos os assuntos e os que restam, em geral, de mínima importância. Um quadro temeroso e bem diferente da organização que não só cobrou muito da sociedade como também já foi ativa e contribuiu para seu crescimento e melhoria.

Mas não foi com esse tipo de silencio que a Maçonaria foi forte e valente. Não foi calada em suas colunas que o maçom conseguiu agir contra ditaduras e tiranias. Agir em silencio, maçonicamente, não é entrar calado e sair mudo, pelo contrário, é falar, debater, colocar ao grupo muito mais do que nossa obrigação de manter trajes especiais ou mesmo rituais impecáveis nas falas e comportamentos.

Não podemos virar a cara para a realidade de nosso país, principalmente a do poder legislativo, onde contamos nos dedos aqueles de quem ainda “não temos notícias de suas ações levianas”. Está difícil de acreditar que exista algum que não tenha se corrompido pelo poder. E se eles existem, por que não gritar seus nomes? Por que não levarmos para nossas fileiras esses poucos homens de bem e conferirmos o que eles realmente estão contribuindo, ou querem contribuir, para o bem estar de nosso país? Sejam eles maçons ou não.

Ao longo dos últimos anos, o Brasil tem mostrado ao mundo a força de sua democracia sem sangue. Encerramos um período de ditadura, iniciamos uma nova era política com um Presidente que morre antes de sua posse, outro que é derrubado pelo povo, além do operário que depois de muito tentar, substitui um intelectual e chega ao poder. Junto a ele, no comando do país, a Justiça afirma existirem, no mínimo, 40 ladrões, e que o chefe ainda não foi identificado (será?)mas que nada, ou muito pouco consegue fazer. É o país do samba, futebol e impunidades.

Não há dúvida de que o silencio de nossas colunas precisa ser quebrado. Mesmo que não tenhamos as condições de outrora, se falarmos um pouco mais, poderemos tentar participar pelo menos na reforma de nosso legislativo com o expurgo daqueles que não souberam honrar os votos que receberam e o poder que lhes foi confiado. É o mínimo que devemos falar.

Na verdade somos apenas reflexo de nossa pacífica e alegre sociedade, que se por um lado nos orgulha, por outro nos preocupa, pois em todas as esferas, de todos os poderes, a corrupção é ampla geral e irrestrita, onde os coronéis do poder cada vez estão mais fortes e mais ricos, mais poderosos e certos de que não serão punidos.

Faltam poucos meses para novas eleições. Em breve estaremos vendo e ouvindo novos candidatos, de nomes e apelidos incríveis, que prometem qualquer coisa pelo “emprego no legislativo”, independentemente se poderão ou não realizar, se depende ou não deles, mesmo porque muitos não sabem o que realmente poderão ou não poderão fazer.

Os velhos conhecidos, que tentam a reeleição, ou os afastados que desejam retornar à elite do poder, alguns com mais de um processo criminal em andamento, mas que pouco importa para nossas leis e seus eleitores, se vangloriam de suas ações, da liberdade que gozam e como sempre, nada sabem do que dizem contra eles. É o desgoverno em ação e uma promessa de continuísmo se continuarmos calados.

Hoje, as notícias, quando não são proibidas, nos deixa claro o caráter de homens como Sarney, Calheiros, Lula e outros mais, que no lugar de baluartes da honestidade e da hombridade, se juntam num corporativismo amoral pela manutenção do poder a qualquer preço, pois temem que um pequeno deslize possa afetá-los e quem sabe despertar o silencio dos homens dessa nação calada e sofrida.

Se não movermos nossos lábios, esse poder corrupto se manterá com a colocação de novas peças, inclusive a de maior instancia. Se não podemos proibir, temos que pelo menos coibir. Se não possuímos líderes que nos oriente numa direção única e correta, não é essa a razão para que fiquemos quietos. Se existimos até hoje, é porque existem razões para que isso ocorra, e a busca pela dignidade do povo brasileiro é uma delas.

Nossa voz sempre foi bem direcionada, com coragem e atitudes, sempre chegou aos ouvidos daqueles que agiram em defesa da liberdade, da igualdade e da fraternidade e hoje não pode ser diferente. Temos que abrir nossas mentes, nossos corações e nossas bocas em todos os escalões. Temos que usar nossas armas legítimas, a fala e o voto, para rejeitar o joio e valorizarmos o trigo escasso em nossos campos.Temos um tempo razoável para agirmos. Se é que desejamos agir. Se é que desejamos participar dessa tentativa de melhorar o cenário político brasileiro. Se é que queremos mostrar ao Brasil que nem tudo está perdido e que temos condições de mudar nosso comportamento e mostrar aos olhos de nossos mestres antecessores que também somos capazes de lutar por dias melhores, e com as regras que a democracia nos impõe, sem sangue, mas com muita conversa franca e muita saliva sadia.

domingo, 21 de junho de 2009

Um Papa na Maçonaria

Dentre os Papas, destacou-se pelo ódio anticristão contra a Maçonaria, Pio IX. Mostrou-se rancoroso contra a Instituição depois de Papa. Pio IX chamava-se Giovanni Ferreti Mastai. Ele foi Maçom, tendo pertencido ao quadro de obreiros da Loja Eterna Cadena, de Palermo (Itália). Sob o número 13.715 foi arquivada, em 1839 na Loja Fidelidade Germânica, do Oriente de Nurenberg uma credencial de que foi portador o Irmão Giovanni Ferreti Mastai, devidamente autenticado, com selo da Loja Perpétua, de Nápolis. Como Irmão, como Maçom, Giovanni Ferreti Mastai foi recebido na Loja Fidelidade Germânica.

O Irmão Ferretti nasceu em 1792. Passou dois anos no Chile, servindo como secretário do vigário apostólico Mazzi; foi Arcebispo de Spoleto em 1827, bispo de Imola em 832 e foi elevado a Cardeal, em 1840, e eleito Papa em 1846. Confrontando- se as datas, verifica-se que, em 1839, quando o Irmão Ferretti foi fraternalmente recebido na Loja Maçônica na Alemanha, já era Bispo. Ascendendo a Papa, Giovanni Ferretti Mastai traiu seu Juramento, feito em Loja Maçônica, com a mão sobre o Livro da Lei e honrou a Maçonaria com o seu ódio, culminando com a publicação, em 08 de dezembro de 1864, do Syllabus, e em que amontoou todas as bulas papais e encíclicas contra a Maçonaria, de que fizera parte.

A Loja Eterna Cadena, filiada à Grande Loja de Palermo, em 26 de março de 1846 considerando o procedimento condenável do Irmão Giovanni, resolveu expulsá-lo como traidor, depois de convocá-lo para defender-se. Sua expulsão foi determinada por Victor Manuel, Rei da Itália e de toda a Península e Grão-Mestre da Maçonaria da Itália, que decretou mais tarde, em 1865 sua expulsão da Ordem por ter excomungado todos os membros da Maçonaria. Sua expulsão pelo Rei italiano e Grão-Mestre foi classificada como Perjuro. A Igreja Católica sempre tem procurado ocultar este episódio. Pio IX que tão ferozmente investiu contra os Maçons, sobretudo os da Itália, foi feito prisioneiro em 20 de setembro de 1870, pelos patriotas que lutavam e conquistaram a Unificação Italiana, tendo à frente vários Maçons inclusive, entre eles: Garibaldi, Mazzini, Cavour, Manzoni e outros. Apesar de feroz inimigo da Maçonaria, que traiu, Pio IX foi tratado com consideração pelos Maçons, seus aprisionadores. Viram nele o antigo Irmão transviado e, embora fosse ele um Perjuro, prevaleceu o Princípio Sagrado de Fraternidade. Foi belíssima a lição de amor ao próximo, dada pelos Maçons ao Papa Pio IX.

Em conseqüência da bula Syllabus de Pio IX, contra a Maçonaria, é que surgiu no Brasil, a rumorosa Questão dos Bispos, também denominada Questão Epíscopo-maçônica, quando Dom Vital, Bispo de Olinda, e Dom Antonio Macedo, Bispo do Pará, pretenderam que o Syllabus se sobrepusesse às Leis Civis Brasileiras, exigindo que as Irmandades religiosas eliminassem do seu seio os numerosos Maçons católicos que a compunham. As Irmandades reagiram e recorreram à Justiça, tendo tido ganhado de causa. Os Bispos não acataram a decisão da Justiça. Foram julgados e condenados a quatro anos de prisão, com trabalho forçado. Um ano e pouco depois o Duque de Caxias, Maçom, então Presidente do Ministério do Segundo Império, anistiou-os.

texto do Ir.'.José Fernando Coelho Val Quintans, Chancelaria da ARFGBLM Vigilância nº 1

quarta-feira, 27 de maio de 2009

INTOLERÂNCIA E FANATISMO

Ao continuar nossa busca por textos interessantes para este tema, Maçonaria e Religião, o Ir.´. Claudio José Silva, da Loja D'Artagnan Dias Filho, da GLMERJ, nos presenteia com esta peça, escrita pelo Ir.´. Charles Evaldo Boller, do Oriente de Curitiba, que merece ser divulgada e comentada.
Parabéns aos irmãos por nos dar esta oportunidade de aprender um pouco mais.

INTOLERÂNCIA E FANATISMO
Charles Evaldo Boller

Para absorver a capacidade de dominar a tendência natural de tomar a justiça em suas próprias mãos, o Maç.'. desenvolve uma espiritualidade racional que aliada à inteligência possibilita um aprendizado superior.
É amplamente conhecido que apenas uma sociedade educada, que valoriza sua cultura e está disposta a dominar os segredos de uma postura mais tolerante, desperta para a possibilidade de levar a intolerância e o fanatismo a níveis insignificantes. E o resultado do combate à intolerância é admitir que a tolerância absoluta seja impossível; caso contrário seria o fim dela. Se tudo for tolerado, então para que tolerância? É por isto que é aceitável que, nem sempre, algo que é considerado intolerável seja uma demonstração de intolerância. A tolerância é um dos elementos basilares da possibilidade de existir da própria Ord.'. maçônica, que nasceu no século XVIII em resultado da ação de homens de visão para propiciar a reunião de pessoas, das mais diversas religiões e linhas de pensamentos filosóficos para, em conjunto, propiciarem soluções para diversos problemas da sociedade, como a crueldade resultante do despotismo, da intolerância e do fanatismo. Muitos homens e mulheres valorosos foram mortos indevidamente, com a maior crueldade possível, apenas porque discordaram de um ou outro extremista que de forma absoluta exercia o poder.
Na Maçonaria descobre-se em maior profundidade que a ninguém, a nenhum ser humano é dado chamar para si a capacidade de possuir a verdade absoluta em qualquer tema. Para o Maç.'. a verdade absoluta só pode emanar do G.'. A.'. D.'. U.'.. E quando ele descobre esta realidade, passa a crescer em espiritualidade de fato. Não por fingimento ou pelo que o seu grupo social lhe impinge nas diversas fases da vida. Quando atinge a maturidade de sua espiritualidade ele dispensa todo e qualquer intermediário entre si e a sua divindade, ou aquilo que ele considera sagrado.
Pelo fato de apoiar sua posição num conceito ao qual denomina G.'. A.'. D.'. U.'. a Maçonaria é religiosa, ela religa o homem a sua divindade, mas não é uma religião. Como acontece isto? Para provar que a afirmação não constitui uma ambigüidade é necessário buscar apoio no que significa religião, definindo o que a Ord.'. maçônica faz em cada definição:
Culto prestado a uma divindade; a Maçonaria não pratica culto de nenhuma espécie em sua ritualística. Existem invenções como a oração proferida pelo Mestr.'. de CCerim.'. antes de iniciar os TTrab.'. ou o uso de Cadeia de União para oração, este último procedimento veementemente reprovado por autoridades maçônicas. Existem duas linhas de pensamento comuns à Maçonaria. Deísmo, a doutrina que considera a razão como a única via capaz de nos assegurar da existência de Deus, rejeitando, para tal fim, o ensinamento ou a prática de qualquer religião organizada; como John Locke. Teísmo, doutrina comum a religiões monoteístas caracterizada por afirmar a existência de um único Deus, de caráter pessoal e transcendente, soberano do universo e em intercâmbio com a criatura humana; como Immanuel Kant. A única oração, que segue a linha de pensamento teísta, que faz parte oficial da liturgia maçônica é a efetuada pelo Ven.'. Mestr.'. no início dos TTrab.'. e a leitura de um versículo do Livr.'. da L.'., no caso a bíblia judaico-cristã em LLoj.'. de OObr.'. cristãos.
Mesmo que Platão seja o criador da teologia ocidental, pelo fato de lançar as categorias do imaterial, o que permitiu o pensamento do divino imaterial, a Maçonaria não discute este campo por influência do iluminismo, e não vê nisso nenhum resultado prático, apenas causa de separações e litígio. Fomenta-se o desenvolvimento completo do homem pelo uso da sã racionalidade dirigida por uma espiritualidade não dogmática. Não se discute Deus em sentido teológico, pois o conhecimento de um ser desta magnitude não é concebível ao homem, e qualquer tentativa nesta direção leva ao incompreensível, ilógico e intratável pela razão. É objetivo fomentar nos homens a capacidade de pensar de forma livre, sem imposições externas e em todos os campos intelectuais. A Maçonaria provoca cada um em sua própria base de adoração numa busca interna e solitária de sua espiritualidade.
Crença na existência de um ente supremo como causa, fim ou lei universal; mesmo sob forte influência teísta, em verdade G.'. A.'. D.'. U.'. não é considerado pelos MMaç.'. uma entidade, um ser, é apenas um conceito da existência de um princípio criador. Não lhe prestam culto. Qualquer tentativa em confundir o conceito por uma entidade é rechaçada porque só resulta em confusão. É condição indispensável para a admissão na Ord.'. que o cidadão acredite em um ente supremo e numa vida após a morte - Landmarks 19 e 20 - mas G.'. A.'. D.'. U.'. não é o Deus de qualquer religião, é apenas um conceito que cada Obr.'. materializa conforme sua própria crença. Na verdade, apesar de ser praticada por uma maioria cristã, o conceito genérico representa qualquer deus, de qualquer religião, seja ela cristã ou não. É um erro denominar a Maçonaria a "Ordem do Grande Arquiteto do Universo" ou escrever G.'. A.'. D.'. U.'. sem a tripontuação, como por exemplo, Gadu - porque esta designação não corresponde a uma entidade, mas estritamente a um conceito.
É induzido no Maç.'. que nenhum homem foi lançado por acaso em meio ao caos e à arbitrariedade ao despertar em si que pertence a uma ordem superior de criaturas, uma maravilhosa sinfonia da vida onde cada um constrói o seu próprio deus à sua maneira, de acordo com sua herança cultural, de acordo com a sua religião, seja esta uma interpretação antropomórfica ou não.
G.'. A.'. D.'. U.'. é causa, a causa criadora, criador da ordem no universo, o bem, e tem relação com a ordem moral. A concepção mais comum é a que considera G.'. A.'. D.'. U.'. como garante da ordem moral do mundo, onde mesmo como criador da ordem natural, não tem nenhuma responsabilidade sobre a ordem moral que é confiada ao livre arbítrio da criatura.
Na prática vêem-se manifestações dentro da Ord.'. maçônica que oscilam entre o deísmo de John Locke e o teísmo de Immanuel Kant, mas estas diferenças são toleradas, podem até ser invocadas, porém nunca discutidas ou veneradas.
Conjunto de dogmas e práticas próprias de uma confissão religiosa; apesar das leis basilares emanadas dos Landmarks 19 e 20 constituírem dogmas; crença num ente supremo e numa vida futura, estes dogmas não sofrem nenhum tipo de adoração ou tradução em ato de fé.
Os místicos que pululam a Ord.'.maçônica introduziram miríades de conceituações e rituais que não são parte integrante da base da ritualística e liturgia maçônica.
A base do entendimento maçônico entende que o corpo não morrerá e que continuará perpetuamente vivo, onde a vida continua, haja vista que todos têm moléculas em comum com o restante dos seres viventes da biosfera, bem como guardam entre si os princípios básicos da organização vital.
A mente encarnada leva à dedução da espiritualidade também fazer parte do corpo, porque os conceitos e metáforas estão profundamente misturados neste caldeirão de vida da biosfera. Todos os seres vivos pertencem ao universo no qual estão em sua própria residência, e o perceber desta realidade, deste fazer parte de um projeto gigante e complexo dá um profundo sentido a vida.
O espírito, o sopro da vida que mora em cada um, é o que todos têm em comum com os seres viventes. É esta que alimenta a todos e os mantém vivos. Uns mais evoluídos outros menos, mas todos pertencentes a um ser vivo imenso composto de uma imensa variedade de seres individuais, interdependentes entre si. A relação existe desde as criaturas monocelulares até o homem no topo da cadeia evolucional.
Manifestação de crença por meio de doutrinas e rituais próprios; não existe doutrina de profissão fé, apenas o desenvolvimento de princípios morais e de conduta em resultado de estórias, ficções, que representam princípios morais a serem cultivados; não são praticados rituais de adoração, apenas de circulação, respeito e posicionamento.
Qualquer filiação a um sistema específico de pensamento ou crença que envolve uma posição filosófica, ética, metafísica; estuda-se filosofia em sentido lato, de qualquer origem, eclética, para extrair o que existe de bom em cada uma e formar bons princípios;
Existe uma ética própria, como em qualquer classe profissional, haja vista a Ord.'. maçônica derivar de antigas organizações de talhadores de pedra;
Obedece aos conceitos metafísicos do platonismo que infere uma libertação total para o campo da idéia, racional; perceptível com a mente e imperceptível aos sentidos.
Cada Maç.'. já possui sua própria forma de adoração; o cristão torna-se melhor cristão, o maometano um melhor maometano.
A própria cerimônia de iniciação na Maçonaria é um ensaio para a saída dos homens do estado de minoridade devido a eles mesmos e que conduz para uma madureza revelada pela luz, a sabedoria. Onde esta minoridade é a incapacidade de usar a própria capacidade intelectual sem a orientação de outro. O iniciando é vendado e conduzido o tempo todo por um guia. E essa minoridade será debitada a cada um se não for causada por deficiência da capacidade de pensar por si próprio, por falta de decisão, falta de coragem para utilizar do intelecto como seu guia, ou ainda por simples indolência. Os MMaç.'. são permanentemente provocados a ousarem a utilização de seus próprios intelectos; alguns assim agem, outros, mesmo no decurso de muitos anos ainda remanescem adormecidos na minoridade.
Então, não basta ser iniciado na Ord.'. maçônica, a verdadeira iniciação ocorre dentro do intelecto e para isto há necessidade de estudar, discutir, pensar, enfim, honrar o avental e trabalhar muito.
O Maç.'. evoluído deve buscar o equilíbrio consigo, com os outros e o meio-ambiente.
É dotado de motivação para a prática da virtude, não por obrigação, mas por sentimento de dever cumprido.
Não deve demonstrar receio de punições num mundo após sua morte, se faz algo, certo ou errado, está consciente que tanto a recompensa como o castigo o alcançará enquanto estiver vivo.
Deve aplacar paixões desenfreadas a níveis insignificantes, mas deve equilibrar e liberar suas paixões dentro de limites que tornem a vida bela e prazerosa.
Deve ser moderado até no falar e expor suas idéias, sem ser subserviente, arrogante, ou adulador oportunista.
Em função de sua condição e estado neurofisiológico tenta ser cordial não só com seus IIrm.'. em Loj.'., mas com toda a coletividade, mesmo que sua reação contra a violência e o mal demonstrem o contrário; com a ignorância, o fanatismo e a intolerância não existe comiseração.
Não é tido a bravatas no campo da política partidária dentro da Maçonaria, isto ele expressa fora dela, por sua atuação na melhoria das condições de vida da população ao seu redor e alicerçado nos princípios que absorveu na Ord.'..
É moderado, discreto e tem como objetivo principal da vida a busca de um espírito desenvolvido.
Estas as razões do Maç\ desperto e ativo combater a intolerância e o fanatismo.

Charles Evaldo Boller
ARLS Apóstolo da Caridade, 91
Grande Loja do Paraná (Oriente de Curitiba)

sábado, 16 de maio de 2009

O Estado Laico

O Jornal O GLOBO, 08-05-2009, publicou uma reportagem interessante a respeito do Brasil e sua condição em relação às crenças religiosas. O texto reflete a opinião do Ministro Waldemar Zveiter, Sereníssimo Grão-Mestre, pai do desembargador e presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Luiz Zveiterm que ao assumir o TJ do Rio de Janeiro mandou retirar os crucifixos das paredes do Tribunal de Justiça do Rio.

O título por si só já diz quase tudo: BRASIL É UM ESTADO LAICO

"Noticiou-se em alguns veículos de imprensa do Brasil, há poucos dias, que o Congresso Nacional deverá deliberar a respeito de acordo firmado entre o Brasil e a Santa Sé relativo ao estatuto jurídico da Igreja Católica no País, prevendo, entre outras iniciativas, a adoção do ensino religioso nas escolas públicas, a destinação de espaço para templos no ordenamento territorial e a proteção, pelo Estado brasileiro de lugares de culto da Igreja Católica. Tal acordo foi assinado pelo Excelentíssimo Senhor Presidente da República Luis Inácio Lula da Silva, quando de sua mais recente visita ao Vaticano.Sabe-se que vários fatos históricos culminaram com a salutar separação entre a Igreja e o Estado Brasileiro, concretizada pelo Governo Provisório em 1890, elevada a princípio Constitucional nas Cartas Políticas de 1891, 1934, 1937 e 1967, além de reiterada com mais amplitude na Constituição em vigor, que expressamente dispõe, em seu artigo 19: "É vedada à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - Estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público" (o grifo não está no original).Sem dúvida nenhuma, pois, o Estado brasileiro é laico. Com sabedoria, admite a legalidade de todas as religiões e mesmo a ausência delas ou qualquer culto, respeitado a crença e os sentimentos de cada pessoa, nas lições que se pode extrair dos eminentes constitucionalistas que tratam da matéria, tais como João Barbalho, Pontes de Miranda, Pinto Ferreira, J. Cretella Jr., Celso Bastos, Ives Granda Martins, Manoel Gonçalves Ferreira Filho e Orlando Soares, dentre outros.Portanto, afigura-se absolutamente contrário à Constituição da República o referido Acordo firmado em novembro de 2008, entre o Brasil e a Santa Sé, notadamente no ponto em que prevê o ensino religioso nas escolas públicas e a destinação de espaços para templos, no ordenamento Territorial, além da proteção, pelo Estado brasileiro, de lugares de culto da Igreja Católica Apostólica Romana. Inobstante o mais profundo respeito que a Maçonaria Simbólica do Brasil dedica a todas as Confissões, a mesma entende, também, não ser admissível que o Governo do nosso País patrocine a oficialização de quaisquer religiões.Os brasileiros devem ser livres para professarem os Atos da Fé que mais perto se afinem com suas consciências e seus corações.O soberano Congresso Brasileiro deve negar a aprovação de tal Acordo, contribuindo para manter prevalescente em nosso País o Estado Democrático de Direito e o Princípio Constitucional vigente segundo o qual todos os brasileiros "são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer forma".

domingo, 3 de maio de 2009

DISCRIMINAÇÃO EXPLÍCITA AOS NÃO CRISTÃOS

Com mais uma carona do Grupo Schröder, de discussão na Internet, reproduzimos um texto muito interessante encaminhado pelo irmão RICARDO VIDAL, e que merece reflexão. Observa-se no entanto que neste caso, o autor procurou mostrar como o Rito Sueco, praticado nos países em destaque, Suécia, Dinamarca, Noruega e Islândia, são bem claros em sua exigência pela fé cristã:

DISCRIMINAÇÃO EXPLÍCITA AOS NÃO CRISTÃOS AFINAL, EXISTE OU NÃO DISCRIMINAÇÃO CONTRA OS NÃO CRISTÃOS NA MAÇONARIA MUNDIAL? A MAÇONARIA É UNIVERSAL? É ECUMÊNICA? É COSMOPOLITA? ACEITA CANDIDATOS DE TODAS AS CRENÇAS E PENDORES POLÍTICOS?

Alguns trechos de textos que extrai das páginas de apresentação dos sites das Grande Lojas escandinavas respondem tais perguntas de maneira indissimulada.

1) SUÉCIA Ordem Sueca dos Franco-maçons http://www.frimurar orden.se/ eng/index. html A Grande Loja da Suécia é uma organização na qual homens que passaram por vários caminhos da vida se encontram para amadurecerem, desenvolverem seus potenciais, e, em uma atmosfera cristã e digna, confraternizar com seus compatriotas.

2) DINAMARCA Grande Loja da Dinamarca http://www.grandlod ge.dk/freemason. htm A Ordem Dinamarquesa dos Franco-maçons pratica uma maçonaria baseada no modelo escandinavo, conhecido pelo nome de Sistema Sueco (Det Svenske System), que exige do candidato que busca admissão a condição de ser adepto da fé cristã.Existem outras Grande Lojas e organizações aparentemente maçônicas que não requerem a crença em um Ser Supremo, e que até aceitam e encorajam seus membros a tomarem parte em assuntos políticos. Estas Grandes Lojas e organizações não são consideradas regulares e por esta razão o contato com elas não é permitido.

3) NORUEGA Ordem Norueguesa dos Franco-maçons (Den Norske Frimurerorden) http://en.wikipedia .org/wiki/ Norwegian_ Order_of_ Freemasons A Grande Loja da Ordem Norueguesa dos Franco-maçons pratica o Rito Sueco desde 1818, que requer de seus membros a condição de serem cristãos. Quando houve a fusão da Noruega com a Suécia, o rei de ambas as nações foi nomeado Grão mestre da Ordem. A Grande Loja Soberana da Noruega foi constituída em 1891. Em 2005 possuía 18.300 membros.

4) ISLÂNDIA Grande Loja da Islândia http://www.frmr. is/english A Franco-maçonaria islandesa pratica o Rito Sueco, que é o sistema predominante nos quatro países nórdicos e também, em parte, na Finlândia e na Alemanha. O sistema é composto por 11 graus, todos considerados parte da franco-maçonaria, porém consideravelmente distintos dos praticados nos países de língua inglesa.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

A pergunta que não quer calar: Discriminação ao Maçom não cristão

Interessante questão levantada no Grupo Schröder, um grupo de discussão na Internet que aborda temas maçônicos e em especial, sobre o Rito de Schröder.

"A pergunta que não quer calar: Discriminação ao Maçom não cristão", tema polêmico e de grande valia para o próprio estudo da evolução da Maçonaria. O irmão Belli, integrante do grupo, nos chama a atenção para o fato quando afirma que “estamos sempre em busca da Verdade, e o que se nos apresenta hoje como verdadeiro pode nos parecer amanhã falso”. E aqui é mais um espaço para comentarmos esse e outros assuntos que ajudem em nosso aperfeiçoamento.

Hoje, um dos primeiros questionamentos quando se prepara um candidato para o ingresso na Ordem é se ele “acredita em Deus”, mas será que foi sempre assim? De acordo com a história, e repetido em nosso grupo, “a "bíblia" somente foi adotada como uma das Luzes da Loja pelos ingleses, ou para outros ritos, como o Livro da Lei , por volta de 1750 , portanto, mais de 30 anos após a fundação da referida Grande Loja”, ou seja, antes, sem o uso da Bíblia, o profano era questionado por sua fé em Deus?

O grupo continua a discussão e complementa a observação ao afirmar que o “Rito de Heredon (base dos primeiros 14 graus de rito Escocês) é de origem judaica” e que “no Rito Francês, não se adota a bíblia como Livro da Lei, e sim a Constituição da Potência” e chama a atenção que “Voltaire era ateu, e mesmo assim foi iniciado”, fato que não era tão incomum para a época.

Foi fácil perceber o interesse do grupo pelo tema, porém não poderiam faltar opiniões radicais. Mas para o próprio benefício do estudo, todas as posições devem ser acatadas e discutidas, desde que, evidentemente, mantidas em um bom nível.

Uma posição mais extrema, afirma que o Deus na Maçonaria é o Deus Cristão, presente na Bíblia, e com o nome de Jesus Cristo. É uma corrente fiel, de vários adeptos, mas que enfrenta a opinião de historiadores que julgam que este Deus na realidade não tem um nome específico, não é de determinada religião, mas sim da crença de cada maçom. Mas e o ateu? Como fica aquele que alega não acreditar em um Deus, seja ele qual for? Não pode ser iniciado?

O sol não se tampa com a peneira, e seria o caso, ao afirmar que em nossas fileiras não existe o ateu. Teoricamente, a simples negação de Deus, que não é especificado nas entrevistas, serviria para não deixar o profano conhecer a luz, mas a verdade é bem outra e as Lojas quando se deparam com uma resposta negativa, os padrinhos em geral se apressam em encobrir o fato e os irmãos acompanham ao decidir pela aprovação, pois as demais questões são vistas como suficientes para não impedirem o processo de admissão. Talvez seja pelo fato que hoje a Ordem não se encontra em expansão, muito pelo contrário, mas isso é assunto para outro blog.

Para coroar a discussão, nosso querido irmão Fernando Paiva, de forma simples e direta, como é de seu feitio, disponibilizou para o grupo um texto muito interessante que aborda o assunto em pauta e que o repetimos a seguir para a devida reflexão:

“Grau de Mestre foi uma invenção das 4 Lojas que fundaram a Grande Loja de Londres para levar Carlos II ao trono da Inglaterra e seu significado é o achado na Bíblia para poder simbolizar a morte de Carlos I por Cromwell, Maçom e Chanceler de ferro Inglês.
A confusão deu-se porque as Lojas só tinham um mestre que era eleito entre os Companheiros e existia uma cerimônia para Instalação deste Mestre entre Companheiros. As Lojas só tinham 2 graus. Na fundação da Grande Loja Unida da Inglaterra a Grande Loja de Londres impôs este grau 3 que começou toda a confusão na Ordem, possibilitou a criação de outros ritos como o Schroder.
Só depois de 1738 após a Grande Loja de York aceitar definitivamente que a Grande Loja Unida deu impulso a este nova ritualística, mas abandonou o rito criado pela Grande Loja de Londres e continuou o rito dos antigos mas com este grau 3 enfiado entre o grau de Companheiro e a Instalação para Mestre.
No REAA não existe instalação, bem como no de Schroder, apenas no "Emulation" ou inominado, chamado pelos americanos de York.
Hoje em dia mais acertado todos passaram a ter instalação menos o nosso Schroder que manteve a sua identidade.
A identidade cristã tem por base a criação da Grande Loja de Londres que tinha Padres Irlandeses que trouxeram Carlos II da França junto com os Escoceses fiéis ao Rei para a Inglaterra, e impuseram a leitura ritualística de um salmo que só tem na bíblia, sendo o único rito que é obrigado a abrir a Bíblia e etc e etc.”

Portanto, a pergunta que não quer calar, sobre a discriminação ao Maçom não cristão, deveria simplesmente calar-se, pois a história é clara e de evidências incontestáveis ao nos mostrar tanto a evolução do homem, seu crescimento, suas descobertas, suas crenças, quanto a da própria Ordem, que aceitou novas proposições, novos conceitos e até mesmo novas leis, ou landmarks, que se apresentam como únicos e imutáveis, mas que na realidade são diversificados e acatados em diferentes ritos.

A luta pela preservação da tradição maçônica, como é possível observar pelo pouco que lemos, não dá razão para discriminar o Maçom que se apresenta como não cristão, ou mesmo como ateu, pois se formos buscar a posição mais remida, a própria história nos demonstra que o Deus cristão chegou depois da Ordem já instalada e desta forma, mesmo que a Maçonaria tenha se voltado para a necessidade da aceitação de um Deus, esta posição não justifica a discriminação, pois uma vez iniciado, não há porque se voltar contra o irmão, e nem mesmo obrigá-lo a se converter em uma crença que não acredita, seria o mesmo que questionar a fraternidade entre os irmãos, a liberdade de suas escolhas e a igualdade perante a sociedade, os homens e ao próprio Deus.

domingo, 19 de abril de 2009

Nobre Arte da Maçonaria

Criamos este espaço para que possamos difundir nossa Arte, na forma que entendemos ser possível. Contamos com o apoio de todos que queiram colaborar, porém deixamos claro que é um portal aberto para todos, inclusive profanos que queiram conhecer um pouco mais da Mac.´..
Nesse primeiro contato, nos apresentamos como adepto do Rito de Schröder e como primeira msg transcrevemos um texto repassado em nosso Grupo por nosso Irmão Alexandre de Oliveira que vem se destacando em nossa Ordem.

O RITO DE SCHRÖDER
(Livre transcrição de artigo publicado na revista Theorema, Ano 4, N.º 19, da Loja Pitágoras II, Or de Brasília, DF)

Os Rituais de Schröder (pronuncia-se Chrœder) foram aprovados em 1801, pela Assembléia dos Veneráveis Mestres da Grande Loja de Hamburgo, Alemanha, sendo praticado por alemães e seus descendentes, em diversos países. No Brasil, com a colonização germânica no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, o rito estabeleceu- se, inicialmente, no idioma alemão. Mais tarde, foi traduzido para o Português e, hoje, é reconhecido pelas Grandes Lojas Estaduais - CMSB, pelo G\O\B\ e pelos Grandes Orientes Estaduais Independentes – COMAB.
Os Rituais foram elaborados por uma Comissão presidida pelo Irmão FRIEDRICH LUDWIG SCHRÖDER, nascido em 3 de novembro de 1744 e falecido em 3 de setembro de 1816. Iniciado em 1744 no Rito da Estrita Observância, em 1785 foi eleito V\M\ de sua Loja-Mãe, a Emanuel Zur Maienblume, ficando no cargo até 1799. Entre 1794 e 1814, foi Deputado do Grão-Mestre (Grão-Mestre Adjunto) e, de 1814 a 1816, Gão-Mestre da Grande Loja de Hamburgo e da Baixa Saxônia (naquela época, a Alemanha ainda não tinha sido unificada).
O Ir\ Schröder gozava de grande prestígio, como Maçom e como profano (foi considerado, na época, “o maior ator que a Alemanha já teve”) e era reconhecido como um profundo conhecedor da História e dos Antigos Rituais da Maçonaria. Estudou, principalmente, os livros “As Três Batidas Diferentes na Porta da Mais Antiga Maçonaria – The Three Distinct Knocks at the Door of the Most Ancient Free-Masonry”, de autor desconhecido, sem dúvida o mais antigo manual maçônico impresso; e “Maçonaria Dissecada – Masonry Dissected”, de Samuel Prichard, que continha as práticas maçônicas utilizadas em Londres, em 1730. Examinou, também, os rituais dos diversos sistemas de graus complementares que proliferavam na Europa daqueles tempos. Suas pesquisas o levaram a abolir os chamados “altos graus”, bem como todo o ocultismo que dominava a Maçonaria Alemã, restaurando o Antigo Ritual Inglês, adaptando-o para a cultura e para o idioma germânicos seus contemporâneos. é devido a essa origem comum nos antigos rituais ingleses que o Rito de Schröder é semelhante ao Rito de York (Emulation Rite) sem, contudo, ser uma cópia do mesmo.
O Ir\ Schröder entendia a Maçonaria como uma união de virtudes e, não, uma sociedade esotérica. Por isso, enfatizou, no seu Ritual, o ensinamento de valores morais e a difusão do puro espírito humanístico, dentro do verdadeiro amor fraternal. Preservou a importância dos símbolos e resgatando o princípio que afirma ser “a verdadeira Maçonaria a dos Três Graus de Sãio João”.
O famoso historiador e maçom Findel, na sua História Geral da Franco-Maçonaria, dedica grandes elogios ao Ir\ Schröder, como podemos perceber nesta passagem: “Além de maior pureza de objetivos (comparando- se com os do Ir\ Fessler, que atuava em Berlim) em que se inspiraram seus trabalhos e investigações, sua natureza, sua forma e as circunstâncias exteriores o secundaram ainda mais eficazmente. Estava-lhe reservada a glória de fazer penetrar vitoriosamente a luz entre as trevas do erro, de dissipar as espessas nuvens que obscureciam os resplendores da verdade maçônica e de assentar bases sólidas para atividades de seus Irmãos”.
Pelo trabalho e exemplo, o Ir\ Schröder é venerado e respeitado hoje, como no passado, sendo homenageado pelas antigas Lojas Alemãs e por Lojas e Irmãos em todo o mundo.
O Rito de Schröder apresentou expressivo crescimento a partir de 1995, quando havia 14 Lojas no Brasil. Atribuímos esse crescimento à divulgação nos Seminários de 1995 e 1998 (RS) e 1999 (CE) bem como à fundação do Colégio de Estudos do Rito Schröder de Florianópolis, SC, em 1997. Este Colégio mantém contato com todas as Lojas Schröder do Brasil, buscando a sintonia com os ideais de Schröder e com os rituais da Loja Absalom N.º 1. Visa à uniformidade ritualística e de pensamento, em um trabalho de cooperação entre Lojas das diversas Obediências. Estas iniciativas estimulam muitos Irmãos, alguns mesmo sem deixar as suas Lojas Escocesas; outros, transferindo- se para Lojas Schröder para fundar novas Oficinas. Por utilizar um templo simples, com poucos paramentos e cargos, torna-se muito mais fácil trabalhar em uma Oficina Schröder. Tudo isso contribui para aumentar o número de Oficinas que adotam o Rito. Atento a este movimento, o G\O\B\ criou, em 1999, o cargo de Grande Secretário Geral de Orientação Ritualística – Adjunto para o Rito Schröder, não por acaso ocupado por um dos integrantes do Colégio de Estudos.
Alguns aspectos principais chama a atenção de todos os Irmãos que entram em contato com o Rito: a simplicidade da Liturgia que em nada diminui a sua beleza e profundidade; as palavras amáveis do Venerável Mestre ao iniciando e aos Irmãos; a valorização das qualidades morais do homem; o estímulo ao auto-conhecimento. Pela objetividade, os trabalhos litúrgicos permitem excelente dinâmica. Uma sessão econômica raramente ultrapassa uma hora e meia, tratando-se os assuntos administrativos (ata e expediente) e com a apresentação de trabalhos ou instruções. Já uma Sessão Magna de Iniciação de três profanos, cumprindo-se individualmente toda a ritualística, demora cerca de duas horas e meia.
Por esse motivo, o rito já atingiu o expressivo número de 38 Lojas, no Brasil, o que supera as 36 Oficinas da Alemanha e, temos a certeza, continuará crescendo, para Glória do Grande Arquiteto do Universo.
Os Rituais foram traduzidos dos originais revisados pela Loja Absalom das Três Urtigas N.º 1, em 1960. Essa Oficina, fundada em 1737, uma das mais antigas do mundo, é jurisdicionada à Grande Loja dos Maçons Antigos Livres e Aceitos da Alemanha. Outras informações podem ser obtidas junto à Loja Simbólica Concordia et Humanitas N.º 56 A/C da Comissão de Liturgia e Docência, Rua Ernesto da Fontoura 1144, Porto Alegre, RS, 90230-090, ou nos Rituais e Monitor do Rito de Schröder, homologados pela Grande Loja Maçônica do Estado do Rio Grande do Sul. Também sugerimos uma visita à página do rito no endereço: http://www.fraternidade.org/concordia/rito.htm.