domingo, 14 de setembro de 2014

POR QUE BODE?



Dentro de nossa ordem, muitos desconhecem o nosso apelido de "bode". A origem desta denominação data de 1808. Porém, pra saber o seu significado, temos de voltar no tempo.

Por volta do ano 30, vários apóstolos saíram pro mundo  pra divulgar o cristianismo. Alguns foram pro lado judaico  da Palestina e, lá, notaram que era comum ver um judeu  falando baixinho ao ouvido de um bode, animal muito abundante naquela região.
Procurando saber o porquê  daquele monólogo, foi difícil obter resposta. Ninguém dava informações e, com isso, aumentava ainda mais a curiosidade dos representantes cristãos em relação àquele fato, até que Paulo, o Apóstolo, conversando com um rabino da aldeia, foi informado de que aquele ritual era usado pra expiação (amargura) dos erros. Fazia parte da cultura daquele povo contar a alguém, da sua confiança, quando cometia suas faltas, mesmo às escondidas, acreditando, com isto que, se outros soubessem, ficariam  mais aliviados junto à sua consciência, pois estaria dividindo o sentimento ou problema. Mas, por que bode? Quis saber o apóstolo. É porque o bode é seu confidente. Como bode não fala, o confessor ficava ainda  mais seguro de que seu segredo seria mantido, respondeu-lhe  o rabino.

A Igreja, 36 anos mais tarde, introduziu, em seu ritual, o confessionário, juntamente com o voto de silêncio por parte do padre confessor. Nesse ponto, a História não conta se foi o Apóstolo que levou a idéia aos seus superiores da Igreja. O certo é que ela faz bem pra Humanidade. Com esse ato do confessionário, aliado ao voto do silêncio, o povo passou a contar as suas faltas.

Atualmente, com a confiança duvidosa em função dos escândalos por parte de alguns padres, diminuíram os confessores e os confessionários, embora tenha aumentado o  número de divãs de psicanálise.          

Voltemos a 1808, na França de Bonaparte que, após o golpe  de *18 Brumário, se apresentava como um novo líder político daquele país. A Igreja, sempre oportunista,  uniu-se a ele e começou a perseguir todas as instituições que não fossem do governo ou dela própria. Assim, a Maçonaria, que era fator pensante, teve todos os seus direitos suspensos e seus templos, fechados, sendo proibida de se reunir. Porém, irmãos de fibra, na clandestinidade,  se reuniam, tentando modificar a situação do país.

Nesse período, vários maçons foram presos pela Igreja e submetidos a terríveis inquisições; porém, ela nunca encontrou um covarde ou delator entre os maçons. Chegou ao ponto de um dos inquisidores dizer a seguinte frase aos seus superiores: "Senhor, estes homens parecem Bodes: por  mais que eu os flagele, não consigo arrancar-lhes nenhuma palavra".  Assim, a partir desta frase, todos os maçons tinham, para seus inquisidores, a denominação de "Bode", aquele que não fala, que sabe guardar segredo. 


(texto recebido pela Internet)

quinta-feira, 27 de março de 2014

O (novo) Mestre Maçom

S
abemos que nossa confraria possui uma estrutura hierárquica vertical, rígida, modelo dos velhos sistemas tradicionais, característico da formação militar e também dos reinados, que foram básicos na formação da Maçonaria.  Atualmente, no mundo profano, as estruturas estão cada vez mais horizontais, onde projetos são implementados e problemas solucionados por equipes multifuncionais, onde cada membro contribui com sua especialidade, tal como, por exemplo, nos times de futebol.

Com base nessa comparação, procuramos traçar um perfil para a figura do Mestre Maçom, de um novo Mestre Maçom, que acima de tudo deve ser  visto também como um líder que se compromete principalmente a apoiar sua Loja e os projetos por ela definido.

O verdadeiro Mestre não se compromete apenas com os resultados, mas com os irmãos em geral.  Como Mestre que é, deve ser capaz de transformar as intenções em ações, que por sua vez, traduzam em resultados. Seu comportamento é fundamental para que Companheiros e Aprendizes acompanhem as mudanças e transformações.  É um compromisso com a própria evolução da Loja  e da Maçonaria em geral.

O (novo) Mestre não deve ser valorizado apenas pelo seu potencial individual, mas acima de tudo pela capacidade de fazer com que os irmãos de sua Loja desenvolvam o talento oculto em cada um. Diríamos que esse novo Mestre está em formação na nossa Ordem. Ele não é necessariamente o Venerável Mestre de sua Loja, mas alguém que saiba como orientar pessoas.

É verdade que na principal vertente de nossa Ordem impera o "manda quem pode e obedece quem  tem juízo",  e é normal que o próprio Venerável Mestre alcance esta posição por contingências políticas ou por conhecer bem o ambiente que o cerca, não lhe sendo necessário o papel de desenvolver pessoas, pelo contrário, o cargo é um prêmio, e muitas das vezes, um reconhecimento à sua capacidade de ser autoritário. Mas entendemos que faz-se necessário a busca de um novo cenário. É preciso lutar para mudar esse  estilo de atuação. É preciso reverter  essa "fórmula de sucesso", o que infelizmente sabemos não ser tão fácil.

Ao traçarmos esse pequeno perfil para o novo Mestre Maçom, na verdade estamos apenas buscando ferramentas para lapidar nossos futuros líderes e conseqüentemente, a  evolução de da  Loja e da própria Ordem. Sendo assim, relacionamos algumas características, buscadas do mundo profano , que o novo Mestre deveria , ou melhor, deve observar:

•    Conhecer cada Irmão de sua Loja. O verdadeiro Mestre, além da visão clara da
Ordem, deve conhecer profundamente cada Irmão de sua Loja, que deve ser vista como uma verdadeira equipe, isto é, como cada um poderá responder às exigências que se fizerem necessárias;

•    Acompanhar e orientar. Se o Mestre não der suporte e não acompanhar seus irmãos
(principalmente Companheiros e Aprendizes) nos projetos de sua Loja, não será possível
cobrar ou analisar o desempenho de cada um individualmente. Um Mestre que não apóia, não orienta, não tem como cobrar credibilidade;

•    Profundo respeito e vocação para lidar com os Irmãos (e com pessoas). Ser um
verdadeiro Mestre é para poucos. Precisa saber valorizar os Irmãos (e as pessoas), gostar de  acompanhar, respeitar, dar suporte, saber ouvir, ser humilde e estimular o desenvolvimento,  sem se colocar como se fosse apenas um chefe.

•    Saber pedir ajuda. Muitos Mestres têm medo de serem rotulados como incapazes, pois  aprenderam que pedir ajuda é falta de habilidade, de competência. Historicamente, sempre valorizou-se quem sabe se virar sozinho, hoje, devemos valorizar os que sabem dividir problemas e buscar soluções conjuntas.

•    Ser ético. Ser ético nada mais é do que agir direito, proceder bem, sem prejudicar os outros. É ser altruísta. É estar tranqüilo com a consciência pessoal e agir de acordo com os valores  morais de uma determinada sociedade.


Nós temos a obrigação de buscar um mundo melhor.  

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

'Carta de uma senhora de 84 anos ao "Estadão".'.

Estou com vergonha do Brasil. Vergonha do governo, com esse impatriótico,
antidemocrático e antirrepublicano projeto de poder.
Vergonha do Congresso rampeiro que temos, das Câmaras que dão com uma mão
para nos surrupiar com a outra, políticos vendidos a quem dá mais.
Pensar no bem do País é ser trouxa.

Vergonha do dilapidar de nossas grandes empresas estatais, Petrobrás,
Eletrobrás e outras, patrimônio de todos os brasileiros, que agora estão a
serviço de uma causa só, o poder. Vergonha de juízes vendidos. Vergonha de
mensalões, mensalinhos, mensaleiros. Vergonha de termos quase 40 ministros e
outro tanto de partidos a mamar nas tetas da viúva, enquanto brasileiros
morrem em enchentes, perdendo casa e familiares por desídia de políticos, se
não desonestos, então, incompetentes para o cargo. Vergonha de ver a
presidente de um país pobre ir mostrar na Europa uma riqueza que não temos
(onde está a guerrilheira? era tudo fantasia?).

Vergonha da violência que impera e de ver uma turista estuprada durante
seis horas por delinquentes fichados e à solta fazendo barbaridades,
envergonhando-nos perante o mundo. Vergonha por pagarmos tantos impostos e
nada recebermos em troca - nem estradas, nem portos, nem saúde, nem
segurança, nem escolas que ensinem para valer, nem creches para atender a
população que forçosamente tem de ir à luta.

Vergonha de todos esses desmandos que nos trouxeram de volta a famigerada inflação.

Agora pergunto: onde estão os homens de bem deste país?
Onde está a Maçonaria? OAB? CNBB? LYONS? Onde estão os que querem lutar por um Brasil melhor?

Porque os congressistas, ao invés de instituírem Pena de Morte para assassinos e estupradores, lhes concedem Bolsa Presidiário?
Enquanto isso, grande parte do povo brasileiro, trabalha honestamente, pra ganhar menos do que aqueles que mataram e estruparam.
Isso, somente estimula a marginalidade!
Estou com muita vergonha do Brasil!

Por que tantos estão calados? Tenho 84 anos e escrevo à espera de um despertar que não se concretiza.
Até quando isso vai continuar? Até quando veremos essas nulidades que aí estão sendo eleitas e reeleitas?
Estou com muita vergonha do Brasil.

RUTH MOREIRA.